Três exposições em diferentes pontos da cidade integram a extensa programação da segunda edição do Festival Campão Cultural, abertas à visitação até o dia 15: de imagens retratando a Festa do Divino Espírito Santo de Santa Tereza, tradição na cidade de Figueirão; abordagem das artes visuais sobre a contemporaneidade nos 45 anos de criação de Mato Grosso do Sul – legado cultural e urbanicidade; e um evento coletivo ao ar livre, com a participação de dez artistas visuais.
No Arquivo Público Estadual (Avenida Fernando Correa da Costa, 559), acontece das 8h às 17h a exposição da manifestação religiosa que ocorre anualmente em Figueirão, distante 275 km da Capital. As fotos escolhidas retratam justamente os registros feitos na última edição da festividade, ocorrida neste ano (edição 111), após paralisação por dois anos em consequência da pandemia do coronavírus.
Patrimônio Cultural Imaterial de MS, a festividade centenária remonta a uma promessa feita por Dona Maria Francelina de Jesus, esposa de Joaquim Malaquias da Silva. A promessa ocorre por conta de uma epidemia de febre amarela que acometeu a região, e da graça recebida pela família Malaquias surge a festividade permeada por muita devoção e alegria daquela comunidade unida e acolhedora.
São sete dias de cavalgada dos foliões pelas fazendas e chácaras da região, culminando na chegada com celebração religiosa e churrasco na capela da comunidade quilombola. As imagens são da fotógrafa Ana Ostapenko, que divide a curadoria com o professor universitário Rita Natália Serenza Ferreira Alves, Flávia Bravo, Caciano Silva Lima, Sarita Souza dos Santos e Elisângela Castedo Maria do Nascimento.
Linguagens e expressões
Na Praça Ary Coelho, centro da cidade, está rolando a exposição coletiva com o objetivo de ampliar o diálogo com a produção atual das artes visuais e estimular a reflexão sobre a produção cultural brasileira, contribuindo com a promoção, difusão e expansão da diversidade da linguagem artística e cultural, além de possibilitar a compreensão das múltiplas linguagens e expressões.
Com coordenação da gestora de Artes Visuais da Fundação de Cultura de MS, Marilena da Silva Grolli, a amostra ficará aberta das 9h às 21h e conta com a participação de dez artistas visuais: Dagô, Leo Mareco, Ana Sol Lobo, Carlota Philippsen, Tom Kyo, Elis Regina Nogueira, Victor Macaulin, Wendel Fontes, Iuri Dias e Lídia Coimbra.
Perspectivas e fragmentos
A terceira exposição – “Contemporaneidade nos 45 anos de MS: Legado Cultural e Urbanicidade” -, foi aberta no Museu de Arte Contemporânea (Marco), na Rua Antônio Maria Coelho, 6.000, Parque das Nações Indígenas, e segue até o dia 15, das 8h às 18h. Apresenta uma mostra com trabalhos de artistas regionais e terá oficinas selecionadas e produzidas especialmente para o Campão.
Campo Grande é hoje cenário central dos diálogos visuais e cosmopolitas de Mato Grosso do Sul, pois sempre recebeu e entrega inúmeros trabalhadores da cultura urbana para a sociedade local, segundo Lúcia Mont’Serra, diretora do Marco. As obras expostas são marcações ressignificadas pela memória dos artistas em relação a cidade ou ao público. Contemporaneidade nos 45 anos de MS marcam histórias, ou seja, permitem fazer oposição ao caráter mais monolítico da arte e trazer para o centro outras abordagens, linguagens e narrativas.
No horizonte, se compõe o diálogo entre a criação do Estado e as trilhas da arte e da cultura desde então até os dias atuais. São imigrantes e nativos o coletivo de artistas selecionados por edital público que participam da mostra acolhida pelo museu. Juntos, trazem diferentes perspectivas e fragmentos que contam um pouco das relações entre suas produções de arte, afetos e estranhamentos junto à Capital de MS, seus personagens, lugares e contrastes.
Participam da mostra os artistas: Caio Mendes (Green), Contato #5644, Eliane Fraulob, Erika Pedraza, Fernando Anghinoni, Julain Vargas, Márcia Albuquerque, Sara Wetter, Maíra Espindola, Fran Zamora, Antônia Hanneman, Thiago, Orlando Junior e Lúcia Pereira.
Texto: Silvio Andrade
Foto: Alicce Rodrigues