A cultura geek teve um dia totalmente dedicado a ela durante a segunda edição do Campão Cultural. O evento Campão Geek ocupou o prédio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), com uma série de atrações que contemplou quem curte cosplays, games, filmes, quadrinhos e tudo que permeia esse universo tão rico.
A programação teve seu start com o Campeonato de Games, organizado pela Federação de Esportes Eletrônicos e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (FESP/MS). Participaram da disputa 32 participantes que jogaram a franquia Super Smash Bros. Ultimate, um jogo de luta do Nintendo Switch, que traz personagens icônicos como Mario, Bowser, Donkey Kong, Link, dentre outros. Weverton Ramires, presidente da federação explicou que a competição tem o objetivo de mostrar que jogos eletrônicos vão muito além do que se pensa. “Não é mais joguinho, é uma modalidade esportiva, e nós queremos fomentá-la, ranqueando esses atletas e mostrando que é possível sim viver desse esporte”, explicou. No total, R$600 foram disponibilizados como prêmios para os três primeiros colocados, além de medalhas de ouro, prata e bronze. O grande vencedor foi o estudante Alexandre Ogata, o Kakishi, que levou R$300 e uma medalha de ouro, para simbolizar sua conquista. “Como é feliz ganhar por uma coisa que você gosta de fazer!”, comemorou após a premiação.
Enquanto os jogadores de console se desafiavam no Super Smash Bros, na sala ao lado, acontecia uma animada competição de Just Dance, um dos jogos de dança mais conhecidos do mundo e um verdadeiro fenômeno pop. Foram mais de quatro horas de batalhas de dança, com 28 dançarinos competindo entre si e muita música. Participaram do júri as bailarinas profissionais e professoras de ballet Mari Torres, Dani Albino e Gi Albino. Chegaram à final três integrantes do grupo Alta Performance, grupo de amigos que se reúne para jogar e treinar juntos. O grande vencedor foi o acadêmico de Pedagogia Diovanne Bruno que, desde criança, é um apaixonado pelo jogo. “Ele foi meu primeiro contato com a dança e de lá para cá nunca mais parei”, contou. Ele levou para casa o R$300 e uma medalha de ouro. No segundo e no terceiro lugares, ficaram Gustavo Franco e Giovana Baeta, eles ganham R$200 e R$100, respectivamente, além de medalhas.
Os fãs de K-Pop não ficaram de fora da programação. O ritmo vindo da Coreia do Sul é um verdadeiro fenômeno mundial e não se limita apenas à música, mas a todo um estilo de vida. Segundo Vinicius Anzou, que organiza eventos como o K-Pop Day desde 2016, o estilo estimula um relacionamento saudável entre os jovens e adolescentes que passam a se interessar pela cultura coreana. “A Coreia do Sul incentiva muito as pessoas a valorizarem sua cultura e o resultado disso é que há muito retorno para a sociedade. Para se ter uma ideia, o K-pop é um dos principais fatores que alavancaram a economia daquele país”, explicou. Durante o Campão Geek, se apresentaram dois grupos: o YP e o New Dance Cover, que animaram a galera presente.
As histórias em quadrinhos também tiveram seu lugar de destaque no Campão Geek. Os quadrinistas Wanick, Anderson Barboza e Fabio Quill, foram convidados a produzir ao vivo uma página de uma HQ, na presença dos frequentadores do evento. Cada um produziu uma história especial para o Campão. Para Quill, essa foi uma oportunidade excelente para aproximar o público da produção dos três artistas, que puderam presenciar o nascimento de uma história do zero. “É uma maneira de as pessoas verem como funciona aquilo que fazemos em nossos estúdios, acompanhando todo o nosso processo até que a história fique pronta”, explicou.
Cosplays – Quem visitou o evento percebeu que havia muitos cosplayers espalhados pela Fundação de Cultura. Profissionais ou não, muitos deles aproveitaram o Campão para soltar a imaginação e alguns trouxeram até a família para curtir junto. A psicóloga Rita Lobo foi acompanhar a filha de 13 anos. “Acho que a gente tem estimular a criatividade e a espontaneidade e quanto mais espaço o adolescente tiver para se expressar, maior a tendência de ele crescer saudável e encontrar o seu lugar”, explicou. A professora Fabiana Borges concordou com a amiga. Ela veio também acompanhar a filha de 14 anos no evento e contou que ambas compartilham de algumas coisas do mundo geek: “Assisto anime com ela e vejo que ela gosta de dividir comigo o que vive. Acho excelente estar em contato com esse mundo que ela tanto admira”, declarou.
Uma das grandes expectativas do Campão Geek era o Concurso de Cosplays. Ao todo, 51 participantes se inscreveram, com composições caprichadas. Para escolher os três melhores, foram convidados os cosplayers profissionais Fernando Michels e Laisa Okami e a gestora de arte e cultura da FCMS Patricia Aguena. Para Laís, escolher os finalistas foi tarefa difícil: “Os competidores vieram em alto nível. Se pudéssemos, com certeza premiaríamos mais pessoas”, declarou. Foram levados em consideração critérios como similaridade, presença de palco e quão dentro do personagem o cosplayer estava.
Quem levou o primeiro lugar foi Ygor Miranda, com o cosplay de Pyke, do jogo League of Legends; em segundo lugar ficou Igor Müller como Chainsaw Man, do jogo homonimo e, em terceiro Maria Fernanda Melo como Aether, do jogo Jenshie Impact. Eles levaram para casa R$300, R$200 e R$100, respectivamente, além de medalhas de ouro, prata e bronze. Para Fernando Michels, proporcionar eventos como esse é uma oportunidade de levar conhecimento de outras culturas a mais pessoas. Laís completou frisando que a arte de ser cosplay pode trazer muitos benefícios ao dia a dia, como o desenvolvimento pessoal, a facilidade em falar e se apresentar em público e, ainda, para a qualidade de vida.
Além das atrações, quem visitou o Campão Geek encontrou um ambiente pensado para o evento, com opções de alimentação, lojinhas temáticas e espaços instagramáveis para garantir as fotos.
texto: Evelise Couto
fotos: Daniel Reino