A integração da produção musical sul-mato-grossense com o cenário da música dos países da América Latina foi o tema do Painel “Integração MS-Brasil-América Latina” realizado no fim da tarde de sexta-feira (14) na Esplanada Ferroviária, durante a 2ª Feira da Música de Campão, programação da 2ª edição do Festival Campão Cultural.
O tema foi debatido pelos painelistas Felipe González, da empresa Difusa Fronteira; Victor Maia, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul; Lucas Toriño e Jose Samaniego, músicos e produtores culturais paraguaios, com mediação de Rodrigo Teixeira, músico, compositor, jornalista e pesquisador da música de Mato Grosso do Sul. Jan Moura, secretário adjunto de Cultura, Esporte e Lazer do Mato Grosso e o secretário de Cultura e Cidadania, Eduardo Romero, também participaram do painel.
Felipe González ressaltou a importância de se levar o artista para circulação. “Somos um país isolado em meio a um continente que é integrado. Temos de sair da bolha de conforto, ter contato com outros tipos de experiência que te fazem ter um pensamento integrado, expansivo e é preciso estar aberto a isso. É importante o Estado fornecer meios para circulação”, afirmou.
O mato-grossense Jan reforçou a necessidade de maior conexão entre MT e MS. “Os nossos estados são muito próximos territorial e culturalmente, mas além de exportarmos muita soja, também exportamos nossos artistas. Temos de nos gostar mais e os artistas dos dois estados têm de circular [no eixo Campo Grande – Cuiabá]. Nosso problema não é rixa entre os estados, mas sim ficar olhando muito para o Sudeste e deseja estar lá, quase como uma obrigação”, disse.
Rodrigo Teixeira, que contribuiu na formatação das primeiras edições do Festival América do Sul, lembrou que Mato Grosso do Sul “é um dos poucos estados do Brasil com 3 grandes festivais e que acontecem quase de 3 em 3 meses. Mesmo assim, temos dificuldade em nos integrar de forma mais efetiva com a cena de países como o Paraguai”.
Lucas Toriño e Samaniego, que já organizam grandes festivais no Paraguai, reconheceram que é preciso “uma aproximação maior com Mato Grosso do Sul. O Paraguai tem uma história complexa e temos de levar uma outra impressão de Mato Grosso do Sul para Assunción”. Vitor Maia, da Fundação de Cultura, reiterou a importância do Festival América do Sul, “mas precisamos nos renovar e resgatar o intercâmbio com artistas de outros países”.
Para o diretor da Difusa Fronteira, “todos estamos aqui nesta Feira com um objetivo único, que é o de compartilhar caminhos já existentes e encontrar novas saídas para circular, nos integrar em nível artístico, mas para isso é preciso ter interesse em circular. O Rio Grande do Sul já dialoga direto com Argentina. O Pará, dialoga com o Caribe. Já existe nesses lugares uma iniciativa artística de circular e há o interesse de vir para cá e de ir para lá. Temos de apostar no apoio para circulação, essa é uma estratégia decisiva de integração”, finalizou.
Confira a íntegra do painel neste link.
O Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (SECIC) e Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria de Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR).
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Fotos: Thiago Costa
ASSESSORIA CAMPÃO 2022
por Marcelo Armôa