Design, artesanato e identidade esse foi o viés do bate papo no palco do Armazém Cultural, neste sábado (27), entre o designer renomado Sérgio Matos (MT) e Luciana Teixeira, arquiteta especialista em design mobiliário (MS). Os profissionais fizeram com que todo o público pudesse mergulhar num cenário ainda desconhecido por muitos: o universo do artesão, com enfoque na sua valorização e pertencimento histórico. O tema coloca em primeiro plano um assunto que cada vez mais vem tona, que é o anseio sobre a valorização do trabalho manual que, neste caso, está impresso em objetos de decoração como luminárias, pendentes e cadeiras, por exemplo.
Luciana Teixeira que também assina as 20 peças da exposição Raiz da Trama, apresentou, durante a palestra, um teaser que conta a história dos artesãos responsáveis pelo tecer das tramas de cada objeto exposto. Uma delas, a artesã Catarina Guató, 72 anos, que faz o trançado de aguapé desde 1974. “Eu vivo do meu trabalho, não faço nada fora do que é certo e espero que as pessoas respeitem isso tão quanto eu respeito. Esse aqui é um trabalho que não vou largar nunca. Como diz o ditado: Só a morte irá nos separar. Amo o que eu faço”, conta.
Sérgio Matos (MT) é um dos nomes mais importantes do designer brasileiro da atualidade e desenvolve há pouco mais de 10 anos um trabalho que também resgata o artesão como forma de agregar pertencimento histórico e valor aos mais variados produtos que ele assina. “O Amazonas, por exemplo, é nosso principal celeiro de artistas, artesão, pessoas que vivem do artesanato e, hoje, são minha principal fonte de inspiração e parceria ao desenvolver o design das peças que assinamos juntos”, destaca e afirma: “identidade é o DNA do design mobiliário. Arte é isso”.
INFORMAÇÕES
@FESTIVALCAMPAOCULTURAL
Texto: Clarissa de Faria
Fotos: Marithê do Céu.