Tudo leva a crer que a pandemia está próxima do fim. Quase uma luz no fim do túnel. Mas os reflexos deste momento atípico vivido pela população mundial ainda deve perdurar por muito tempo. A Cia Singulus apresentou Klausstrofóbico, que reúne 11 coreografias, sendo duas delas inéditas para o público que esteve no estacionamento do Memorial de Cultura nesse domingo, 28.
Klausstrofóbico é a junção de vários trabalhos produzidos durante a pandemia. Das onze coreografias que integram o espetáculo, nove já foram apresentadas ao público e sete premiadas, entre elas com o Prêmio Sul-Mato-Grossense de Dança, Edital Sesc Cultura conVida 2020, Festival audiovisual Mônica Herrera – Fav El Salvador, 7° Festival Internacional O Cubo de Cinema Independente em Língua Portuguesa – Europa, Edital Morena Cultura e Cidadania e 1º Festival de Micrometragens de Niterói (RJ).
“Agora, passamos por um edital de concorrência bem acirrado. Eram só seis vagas na nossa área e conseguimos passar bem colocados. O Campão Cultural é um festival bem amplo, com várias linguagens. Klausstrofóbico, com certeza, vai impactar o público por tudo que nos faz reviver”, afirma Thiago Viégas, diretor, coreógrafo e bailarino de Klausstrofóbico.
O espetáculo fala sobre a relação da pandemia com o corpo, como ele se relaciona com o momento e sente tudo que se passa. “Klausstrofóbico espelha um corpo que sente, um corpo que aflige, um corpo que soma, um corpo que some, um corpo que angustia, um corpo que entedia, mas, também, um corpo que cria”, adianta Viégas.
Inspirado na vida real, em tudo que foi vivido pelo corpo durante a pandemia, Klausstrofóbico é baseado, também, nos estudos do teórico, bailarino e coreógrafo Klauss Vianna. Referência no meio artístico, Vianna escreveu “A Dança” e desenvolveu um método próprio de expressão corporal no teatro e na dança. Hoje, o artista dá nome ao Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna.
As coreografias foram apresentadas por Thiago Viégas e os bailarinos Laisa Zucareli, Anderson Peres e Cristiele Rodrigues. Eles integram a Cia Singulus – Dança-Teatro e Performatividades. A Singulus nasceu da vontade de artistas independentes produzirem arte crítica, sensível e reflexiva, sem deixar de valorizar a singularidade e especificidades dos corpos presentes na cena.
A companhia trabalha com a interdisciplinaridade e as artes integradas: dança, teatro, música, performance, artes plásticas e visuais, e literatura, com forte fundamentação no pensamento contemporâneo. Além de Klausstrofóbico, a Singulus também já produziu Atemporal videoarte, Dissidentes e En cerrado.
INFORMAÇÕES
@FESTIVALCAMPAOCULTURAL
Texto: Ana Ostapenko
Fotos: Daniel Reino