Djonga é gigante. Quem esteve na Esplanada Ferroviária para assistir ao show do rapper, em sua segunda passagem por Campo Grande, presenciou um daqueles momentos que marcam a história cultural de uma cidade. Milhares de pessoas se reuniram em frente ao Palco Mestre Galvão para fazer eco a músicas como “Leal”, “Olho de Tigre” e “Procuro alguém”, entre outras. O show aconteceu na quinta-feira (02) e fez parte da programação do “Campão Cultural – I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania”.
As mais de cinco mil pessoas no público fizeram com que a esplanada ficasse pequena. Com letras rápidas e cortantes, Djonga chegou ao palco pouco depois das 21h e só saiu mais de duas horas depois. Vestindo uma camiseta do Atlético Mineiro, que se consagrou campeão do Brasileiro na mesma noite, o rapper entrou disparando os versos de “O Cara de Óculos” e a recepção da plateia foi imediata.
A interação constante com o público, inclusive liberando quem quisesse entrar no cercadinho da imprensa e chamando as pessoas ao palco, criaram um clima de proximidade e conquistou a grande maioria. O carisma do rapper, mesmo nos momentos mais agressivos, deixou claro porque Djonga é hoje um dos grandes artistas brasileiros. Uma homenagem rápida à cantora Marília Mendonça, que faleceu em novembro e era fã do rapper, também foi um dos momentos marcantes da apresentação.
Antes de cantar “Leal”, outro hit, Djonga fez um convite aos casais que acompanhavam a apresentação: “Quem quiser pedir alguém em casamento, namoro, sobe aqui, sobe rápido”, mandou. O pedido inicial era para dois casais, mas logo cinco estavam no palco. Enquanto um dos rapazes tentava filmar com seu celular, Djonga mandou a real. “Para de filmar, vive esse momento, é um negócio tão importante e você vai ficar atrás do celular”. Aos versos “Eu quero ser leal, enquanto nosso lance for real”, cantados em coro pelo público, os fãs no palco trocaram beijos e juras que apenas eles ouviram.
Na internet, os fãs espalharam mensagens de alegria por poder assistir ao show. Djonga, inclusive, subiu aos Trending Topics do Twitter com menções aos show e à vitória do Atlético. “Abram alas pro rei, ô ô ô”, postou Thayane, de 16 anos, no seu Instagram. Fernanda Silva mandou pelo Twitter o registro. “Sensação sensacional. Que show”.
Para Carlos Henrique Batista, artesão que acompanhou o show e subiu ao palco no momento em que Djonga convidou quem fosse bom no free style para uma participação, o show não vai deixar a memória nunca mais. “Eu acompanho o Djonga desde o começo, ele é uma referência e é um cara que não deixa pra trás quem veio antes dele. Ele traz de novo a representatividade dos grandes MCs”, comenta.
Djonga cantou canções de todos os seus álbuns, desde “Heresia”, de 2017, a “Nu”, lançado este ano. Para cantar um de seus hits mais conhecidos, Djonga falou com o público e pediu que abrissem uma roda para o bate-cabeça. Depois, foi a vez do próprio rapper se jogar na plateia. Com certeza, o show foi um dos pontos mais altos do festival, que deu um espaço inédito para o rap e o hip hop.
Texto: Thiago Andrade
Fotos: André Patroni, Bruno Lindenberg e Vaca Azul