Vinda de Dourados, a cantora SoulRa fez um espetáculo no Palco Mestre Galvão abrindo a noite de quinta-feira (02) no “Campão Cultural – I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania”. Uma das referências da black music sul-mato-grossense, a cantora mostrou a que veio e marcou presença no maior palco do festival com canções autorais, convidados e uma apresentação incrível.
“Foi imenso pra mim, meu primeiro grande show em um palco assim”, aponta. SoulRa, que se chama Raissa Sousa Carvalho, começou a cantar na infância e diz que a música se tornou um caminho profissional, mesmo que os pais não endossassem a ideia no início. “Peguei meu diploma, mas apostei na música e as coisas estão acontecendo”, afirma.
No palco – e fora dele – SoulRa é uma defensora dos direitos femininos e do empoderamento das mulheres. Nos versos, o machismo é enfrentado, assim como o racismo. Tudo com muita melodia. Um de seus hits, “À flor da pele”, traz questionamentos pertinentes em uma letra escrita com sagacidade. Ela canta:
A escola não ensina
A riqueza da minha gente
A história minimiza
Educação contingente
Pele parda, mano e mina
Seguiremos resistentes
Pele preta, melanina
Nos corres independentes
“Estar aqui no festival é uma alegria e tanto, mas também é uma oportunidade de representar a minha cidade e mostrar que existe arte sendo feita em todos os cantos, não é só na capital, é fora do centro”, ressalta. Em cima do palco, SoulRa provocou, questionou e divertiu, sem deixar o brilho apagar e brincou: “Dizem ai que o Djonga foi chamado para fechar o meu show”. Vai ver, ela estava certa.
Texto: Thiago Andrade
Fotos: André Patroni e Vaca Azul