A Praça Ary Coelho foi o palco de uma jam session de dança no início desta noite de sexta (14). Os grupos Gumboot Dance Brasil, de São Paulo, e a Cia Fusion de Danças Urbanas, de Minas Gerais, se reuniram ao lado do tradicional chafariz para juntos fazerem uma livre experimentação em dança ao som de jazz e outros ritmos.
Mais do que dançarem entre eles, os dançarinos convidaram o público a participar. Em poucos minutos, a praça se transformou numa verdadeira festa, na qual crianças e adultos compartilhavam passos de dança e se divertiam. A jam rolou bem no horário de final de expediente, quando as pessoas estão apressadas pelas ruas e passando pela praça para retornarem para casa utilizando o transporte coletivo. A apresentação foi uma bela surpresa para quem estava de passagem por lá, como o assistente de vendas Bruno Carvalho que, após um longo dia no trabalho, se deparou com a intervenção na praça. “Mudou meu dia! Saí cansado e estressado e agora meu humor melhorou bastante”, contou. A babá Sandra Guimarães também estava curiosa assistindo aos dois grupos. “Estava voltando para casa, mas decidi ficar um pouco mais na praça para relaxar e assistir a apresentação. Por mim, gostaria que houvesse mais eventos assim, pois quando se incentiva a cultura, conseguimos observar as coisas de um jeito diferente”, declarou.
Quem também separou alguns minutinhos para curtir a jam foi Jorcelino do Carmo que, há 15 anos, vende pipoca em um carrinho na Ary Coelho. “Eu acho que deveria existir eventos como esse sempre, ainda mais na praça, um lugar que reúne as pessoas”, explicou.
Para o povo – Leandro Belilo é coreógrafo da Cia Fusion de Danças Urbanas. O grupo se apresentou durante o Campão Cultural, com o espetáculo Gatinha Mexerica, deixando crianças e adultos encantados. Essa foi a primeira vez que os dois grupos se apresentaram juntos e, segundo ele, o resultado saiu melhor que a encomenda. “Apesar de as técnicas serem diferentes, a linguagem da dança é universal”, explicou. Ele acredita que ações como essa deveriam ser sempre oferecidas ao público: “Vivemos tempos difíceis e dançar poderia resolver muita coisa. Uma apresentação como essa é um oásis no meio desse tumulto todo onde vivemos.”
Para Rubens Oliveira, o encontro foi magnífico e a escolha do local foi ideal. “Todo centro da cidade deveria promover cultura ao ar livre. Essa é uma maneira de chegar ao público. Se nossas apresentações só acontecem dentro de um teatro, por exemplo, a gente impede que grande parte das pessoas de tenham acesso”, pontuou.
A programação do Campão Cultural termina neste sábado, 15. Confira aqui o que ainda vai rolar.
texto: Evelise Couto
fotos: Eduardo Medeiros