A literatura sul-mato-grossense teve seu último dia na segunda edição do Campão Cultural. Dois eventos ocuparam a Biblioteca Isaías Paim, que fica na Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.
O primeiro foi uma mesa de conversa entre os escritores Samuel de Medeiros, André Luiz Alvez e Lucilene Machado. Todos são pratas da casa e membros da União Brasileira de Escritores (UBE/MS) e, sob a mediação de Vini Willyan, discutiram o tema ‘Entre a Tradição e a Subversão: um breve panorama na literatura de Mato Grosso do Sul.
Jovem talento de Mato Grosso do Sul, Vini explicou que esse foi um momento importante para o aprendizado, uma vez que todos são autores de grande percurso e podem ensinar a novas gerações sobre como se constrói uma carreira, por exemplo. Já a subversão está no próprio ato de serem escritores num estado como o Mato Grosso do Sul, que ainda carece de produção e interesse do público. “Além disso, atualmente estamos em um momento em que se vê muitos textos escritos com fluxo de consciência, que vem do pós-modernismo, podemos pensar então que escrever um soneto hoje pode ser subversivo”, pontuou.
Após a mesa de conversa, ocorreu o lançamento de “Cancioneiro Popular – Crônicas de um lugarejo”, da escritora Marly Teixeira Morettini, um livro de contos e casos na forma de cordel, buscando os mitos que compõem a memória de seus contadores. Nele, a autora retoma a tradição da literatura oral, posicionando-se como um narrador que conta a vida a partir dela mesma ou recriada pela imaginação centrada no mito. A conversa foi mediada pelo escritor e ator Febraro de Oliveira, um dos grandes nomes da nova geração de escritores sul-mato-grossenses.
texto: Evelise Couto
fotos: Paula Cayres