Durante dois dias, 13 e 14 de outubro, o produtor Tadeu “Patolla” passou seu scanner no trabalho musical de quatro artistas selecionados previamente pela organização da 2ª Feira da Música de Campão, programação de palestras, pocket shows e networking artístico da 2ª edição do Festival Campão Cultural.
“A música do Mato Grosso do Sul sempre foi diferenciada. Eu conheci muito dela quando eu vim pra cá, em 1994, fazer campanha política e conheci muitos músicos daqui. Quando eu falo diferenciada é porque é um negócio que me atraiu e me atrai, inclusive aquela coisa do chamamé, da guarânia, do rasqueado, daquilo que é bem característico daqui e que muitos dos músicos desse Estado levam lá pra fora”, lembra Patolla, que é músico e ganhou notoriedade por ter descoberto a banda Charlie Brown Jr.
Ele conversou e observou pessoalmente o trabalho musical de Sandim, Karla Coronel, Vozmecê e Do Valle, em sessões privativas realizadas no Fábrika Stúdio. Segundo Patolla, os trabalhos apresentados pelos artistas sul-mato-grossenses têm o ingrediente básico, que é a criatividade, mas “Campo Grande, está fora do eixo e pra chegar lá, as pessoas têm que sair daqui. Têm que passar a viver, a respirar uma outra vida, uma vida diferente em São Paulo”.
Para o produtor musical, a mescla de culturas é um diferencial da música sul-mato-grossense e precisa ser explorada. “A música daqui tem essa influência de outros países, o rock daqui é diferente, tem outro sotaque e isso tem que ser mostrado, com uma boa definição de perfil de público, estratégia de divulgação, com lapidação. Levar alguma coisa nova para um público que tem de pensar e gostar de música, é difícil. Hoje, as pessoas não gostam de música elas gostam do balanço, elas gostam de alguma coisa lá e não sabem o que está acontecendo na música, mas estão fervendo com aquilo, estão dançando”, afirma.
Tadeu Patolla ressaltou a importância de iniciativas como a Feira da Música e do Campão Cultural na conscientização dos artistas sobre “o que eles têm de fazer. Não existe uma receita de bolo, mas existem ingredientes básicos que não podem faltar, como a criatividade, tem que ser criativo pra fazer música e aqui, sem dúvida nenhuma, eu vi muita criatividade musical, mas que precisa ser lapidada”.
O Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (SECIC) e Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria de Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR).
Mais informações
https://www.instagram.com/festivalcampaocultural/
Fotos: Daniel Jr.
ASSESSORIA CAMPÃO 2022
por Marcelo Armôa
