O usual como nunca ninguém ainda viu quando o assunto é tramar, uma arte de atar e desatar nós que chegam num resultado além de qualquer expectativa. Esse é o viés que assina não só o título da exposição – Projeto Raiz da Trama – como o sentido das 20 peças assinadas por Luciana Teixeira, arquiteta e especialista em Design de Mobiliário, que, em conjunto com outras mãos, dão vida a luminárias, cadeiras, entre outros itens que compõe espaços diversos. A iniciativa acontece durante a Feira dos Saberes do “Campão Cultural – I Festival de Arte, Diversidade e Cidadania”, na Esplanada Ferroviária, até o dia 28/11 (domingo).
Luciana Teixeira ressalta que, isso de dizer de misturar Raiz e Trama com design instiga a atribuir um duplo sentido, já que a palavra Trama além de remeter ao ato de entrelaçar fibras ou fios fala do enredo, da trama da história, potencializando a atribuição de significado aos objetos produzidos elevando além da função a categoria de contadores de histórias. “Elementos que materializam a influência destes grupos sejam nativos ou imigrantes que compõe o mosaico cultural que encontramos no MS”, pontua.
A exposição imprime, por meio de uma coleção, objetos de design criada em diálogo com as técnicas ancestrais que compõem o rico cenário da cultura material e imaterial sul mato-grossense: selaria pantaneira, trançado quilombola e Guató, além de tecelagem paraguaia. A arquiteta ainda relata que, para que cada peça fosse desenvolvida, foi necessária uma pesquisa minuciosa sobre todos esses territórios, bem como ouvir sobre seus hábitos, origens e relações, conhecer seus saberes e fazeres manuais, trançados, tramas e teares.
“Assim, eles assumem o protagonismo da história, materializada em dezenas de luminárias, pendentes, arandelas e cadeiras que compõem a coleção, resultado de ampla pesquisa”, relata Luciana Teixeira.
INFORMAÇÕES
@FESTIVALCAMPAOCULTURAL
Texto: Clarissa de Faria
Fotos: Helton Perez | Vaca Azul
