Um grande público para um dos maiores festivais de cultura, arte, diversidade e cidadania de Mato Grosso do Sul – o Campão Cultural – foi oficialmente aberto na noite de sábado (9), na Esplanada Ferroviária, com a presença do secretário estadual de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, representando o governador Reinaldo Azambuja.
Mais de 10 mil pessoas participaram dos primeiros eventos realizados no local onde, até a década de 1990, funcionou a estação ferroviária de Campo Grande, fundada no início do século XX. A concentração das pessoas começou tímida, por volta de 19h, mas surpreendeu os organizados com ocupação de toda a área cortada por trilhos uma hora depois.
O primeiro dia do festival brindou o campo-grandense com os shows do grupo Top Samba e do cantor paulista Péricles, um dos grandes nomes do pagode brasileiro.
Homenagens
Na abertura, o Campão prestou homenagens a cinco personalidades culturais marcantes do Estado, as quais expressam a riqueza e a diversidade da cultura sul-mato-grossenses e suas múltiplas influências. São elas:
Lais Dória, atriz, artista social, professora, pesquisadora e diretora teatral. Há 26 anos dirige a OSCIP Casa de Ensaio, que proporciona a adolescentes e jovens de Campo Grande o aprendizado da música, teatro e literatura.
Artesã Indiana Marques, por mais de 20 anos desenvolve um trabalho já reconhecido nacionalmente e premiado de arte popular, principalmente da cultura indígena e negra, mostrando seus costumes e história por meio de esculturas em cerâmica.
Com o tema bovinocultura, onde expressa o retrato sarcástico da sociedade do boi, símbolo de riqueza do Estado, o artista visual Humberto Espindola levou sua arte para outros cantos do Brasil e do mundo, tendo participado da 6ª Bienal de Paris, em 1969, e de uma infinidade de exposições individuais e coletivas.
Formado em 1998, o grupo de rap Falange da Rima, de Campo Grande, atua essencialmente na periferia, mas já participou de vários festivais e dividiu o palco com grandes artistas, tais como Racionais MCs, Thayde e DJ Hum, MV Bill e Facção Central. O grupo é pioneiro do rap sul-mato-grossense, com letras que falam sobre a realidade das periferias, discutindo temas como o crime, a pobreza, preconceito social e racial, drogas e consciência política.
Com um dos maiores acervos do Estado, o fotógrafo Roberto Higa é um dos expoentes da imagem jornalística e documental, com mais de 50 anos de carreira. Deu seus primeiros cliques no extinto jornal Diário da Serra, de Campo Grande, no final dos anos de 1960, e notabilizou-se ao retratar o cotidiano e os momentos marcantes da política regional.
Caldeirão cultural
Ao abrir a cerimônia de abertura da segunda edição do Campão Cultural, o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Gustavo de Arruda Castelo (Cegonha), destacou o legado cultural de um Estado que completa 45 anos de criação, expressando que o evento ganha uma dimensão maior e valoriza e divulga a cultura e a história de Mato Grosso do Sul.
“Uma oportunidade para a população conhecer a nossa arte e nossa história, dar visibilidade aos nossos artistas e contribuir na formação de plateias. O Campão traz à tona a nossa produção cultural, onde pulsam todas as influências fronteiriças e regionais”, disse.
Ao destacar a importância do Campão, que coloca definitivamente o Estado no circuito dos principais festivais do Brasil, o secretário de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, lembrou que o evento reunirá, em oito dias, mais de 120 atrações em todas as vertentes das artes. “O Governo do Estado tem muito orgulho em promover esse festival, onde contamos com a parceria da prefeitura de Campo Grande”, comentou.
Presente ao ato a secretaria-adjunta de Cultura e Turismo de Campo Grande, Clarice Benites.
O Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (SECIC) e Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria de Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR).
Texto: Silvio Andrade
Fotos: Marithê do Céu