A mistura de dança, arte marcial e música é uma expressão cultural brasileira e foi tema de duas oficinas gratuitas na programação do Campão Cultural 2022. A iniciativa ajuda a difundir a capoeira e proporciona o aprendizado de crianças e adultos.
Entre os dias 10 e 12, a oficina “Vem Brincar Mais Eu” com Mestre Liminha, reuniu dezenas de crianças dos 2 até 12 anos, na Fundação de Cultura. As técnicas foram aplicadas de forma lúdica, por meio de brincadeiras e dinâmicas que introduzem a movimentação clássica da capoeira. As atividades desenvolvidas nas aulas foram: ginástica natural (imitação de animais), construção e utilização dos instrumentos musicais, expressão vocal e canções do folclore nacional.
Antonio Marcos Lacerda de Lima, o Mestre Liminha, ressalta os benefícios da capoeira no desenvolvimento de crianças e jovens. “A prática ajuda na formação moral, amplia a cognição, desperta a curiosidade, promove o desenvolvimento físico, estimula o controle emocional e pode combater as inibições”, explica. Sobre a iniciativa, ele garante que é uma oportunidade de interação entre todos os envolvidos, além de disseminar a cultura.
Ritmo e palma
Nos dias 11 e 12 foi a vez da oficina “Musicalização, instrumentação, canto e composição de músicas de capoeira” com o mestrando Alex TK, que aconteceu das 14h às 18h, também na Fundação de Cultura. Participaram professores de capoeira, percussionistas, músicos e simpatizantes da música afro-brasileira.
Alex Costa, mais conhecido como TK, trabalhou os toques, cantos, ladainhas e percussão usada em todos os estilos da capoeira. “A teoria é a base, por isso, o estudo das técnicas de composição e o contexto histórico das canções é tão importante. Assim, cada aluno é capaz de desenvolver uma ideia na hora de compor”, garante. Num segundo momento da oficina, os participantes foram divididos em dois grupos, e colocaram em prática o conteúdo repassado. “Eles abriram suas mentes e compuseram duas músicas. O resultado foi incrível”, comemora Alex TK.
O aluno Erwiton Silva Candia, 41 anos, veio de Corumbá para aprimorar seus conhecimentos. “É uma troca de ensinamentos com pessoas diversas desse universo. Oportunidade de extravasar, fazer novas amizades e sair com mais informações para aplicarmos no dia a dia”, garante. O vigilante toca um projeto de capoeira desde 2015 e ministra aulas para crianças, adolescentes e adultos.
Texto: Clarissa de Faria
Fotos: Daniel Reino