Depois da frustração na terça-feira, com o cancelamento devido à chuva, o público finalmente assistiu na quinta-feira na Esplanada Ferroviária, onde foi instalado um dos circuitos do Festival Campão Cultural do Campão Cultural, um dos espetáculos mais esperados: o show do “Caminhão Trapézio The Flying Pirates”, onde, com efeitos cênicos, de luzes e tecnologia, é contada a evolução do circo no Brasil.
Na quinta, com as condições climáticas se estabilizando, os piratas circenses com figurinos à caráter dominaram o lugar. Na terça-feira, estava tudo pronto, o público – muitas crianças – começava a chegar ao amplo pátio do complexo ferroviário, quando a chuva voltou. “É uma pena, mas não podemos prosseguir, o trapézio está escorregadio, é muito inseguro”, lamentava o criador, apresentador e diretor do show, o mestre em artes circenses José Wilson Leite, 73 anos.
O Caminhão Trapézio em forma de navio pirata é um espetáculo diferenciado e seu equipamento é único no mundo, fabricado na França e sustentado por um veículo de 30 metros de comprimento. Os doze artistas realizam acrobacias aéreas flutuando no céu a 15 metros de altura, com grande efeito cênico, surpreendendo o público pela beleza estética e pelo arrojo dos artistas.
“Os artistas são muito talentosos, sincronizados, foi fantástico”, disse a dona de casa Maria Leopoldina Sanches, 45, moradora no Bairro Aero Rancho. “Vim com meus dois filhos, eles adoraram, nunca tinham ido a um circo. Achei também muita animada aqui a Esplanada Ferroviária, muita gente bonita, com segurança. O Governo do Estado está de parabéns por nos proporcionar um evento como esse.”
Mexeu com os nervos
O show conta de forma poética a história da chegada dos primeiros grupos circenses ao Brasil, na década de 30 do século passado, um dos quais – “Spadone” – da família do seu criador, descendente de italiano. “O circo era dos meus tios, meus pais também trabalhavam e viajamos pelos quatro cantos do Brasil”, conta José Wilson, que há 30 anos fundou em São Paulo o Picadeiro Circo Escola, tradição na formação de artistas.
“Foi uma grande honra participar desse festival, uma apresentação que mexeu muito com os nervos depois de todos os imprevistos. Mas deu tudo certo, depois daquela chuva na tarde de quinta-feira, quando a gente já se preparava para o show”, comenta o mestre trapezista, lembrando que o “The Flying Pirates” se apresentou pela primeira em Mato Grosso do Sul em 2012, no Festival de Inverno de Bonito.
O Festival Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (SECIC) e Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECTUR).
Texto: Sílvio de Andrade
Fotos: Altair Santos