Inspirada nos mistérios extraterrestres e acompanhada por músicos de grande talento, a cantora Erika Espindola foi a vencedora da 7ª edição da Batalha de Bandas, realizada na noite de sábado e madrugada de domingo (15) em Campo Grande. O evento integrou a extensa programação do 2º Festival Campão Cultural, promovido pelo Governo do Estado em comemoração aos 35 anos de criação de Mato Grosso do Sul.
Cantora alienígena de rock interdimensional – nova fase pós-pandemia -, como se autodenomina, Erika dominou o palco do Garagi com sua voz ímpar e belas canções com influências do rock, blues e folk, acompanhada por uma banda de peso formada por quatro músicos, dentre os quais o baterista Zé Fiuza. Em 2020, ela foi uma das semifinalistas da 5ª dição do EDP Live Bands, e em 2019 lançou o disco autoral Una.
O segundo lugar definido pelos jurados do Batalha de Bandas ficou para a cantora Dany Cristine, que teve uma performance também destacada no palco ao se apresentar com um figurino ousado, no estilo Anita e Luiza Sonza, acompanhada de dois bailarinos. Capivaras Voadoras ficou na terceira colocação e Norze foi a banda escolhida pelo público, por meio de votação manual, conquistando o Troféu Plock Arantes.
Muito além do rock
Considerado o maior festival de música autoral de Mato Grosso do Sul, o Batalha de Bandas é um projeto de sucesso realizado desde 2014 – não aconteceu apenas em 2020, devido a pandemia do coronavírus -, idealizado por Caio Dutra, músico e produtor cultural e musical, e Ana Ostapenko, jornalista e produtora audiovisual, com produção de Bruno Damus. Em 2021, o evento teve apoio do Estado, por meio do Fic (Fundo de Investimento Cultural), e este ano integrou o Campão.
“É importante o Governo do Estado olhar o artista local, muitas vezes esquecido, e apoiar iniciativas que visam fomentar o mercado, promover o intercâmbio no meio musical e dar visibilidade aos profissionais”, afirma Caio Dutra, 34. “Fazer parte do Festival Campão foi uma grande honra, mais do que reconhecer, elevando o Batalha de Bandas a outro patamar, e esperamos que essa parceria continue para fortalecer ainda mais a nossa música.”
De grande importância no cenário musical regional, o encontro de bandas iniciou com muito rock and roll, mas este ano o pop, o funk, soul e outros ritmos alternativos dominaram a 7ª edição, onde 65 bandas se inscreveram para uma seletiva de apenas dez – nove de Campo Grande e uma, Adulfe, de Três Lagoas. Nestes sete nos, mais de 70 bandas sul-mato-grossenses passaram por seus palcos, de um total de pelo menos 180 grupos inscritos.
Prêmio: DVD ao vivo
Um grande público prestigiou a final do evento no Garagi. A abertura do evento foi feita pela banda Outra Terra, que brindou a galera com uma sonora “Eleanor Rigby” (Beatles) logo de saída para purificar o caldeirão do rock. Para encerrar, subiu ao palco a banda Dovalle, vencedora da edição de 2021. A seletiva contou ainda com as seguintes bandas: Alex Silveira, Marolo, Rádio Retória, Blackpoll e Sandim.
Vencedora do Batalha das Bandas, Erika Espindola ganhou a gravação de um DVD com quatro músicas autorais e um ensaio fotográfico no estúdio. O segundo lugar (Dany Cristine) e a banda escolhida pelo público (Norze) levaram a gravação de um single cada. E o terceiro lugar (Capivaras Voadoras), um ensaio fotográfico.
As bandas selecionadas foram analisadas pelos quesitos composição, performance, execução e letra por quatro jurados: Maggie Medeiros, professora de canto, anatomia e fisiologia vocal; Arthur Maximilliano, guitarrista da Codinome Winchester, professor de guitarra, gravou no estúdio Toca do Bandido; Maurício Kemp, professor de música, empresário, compositor e produtor musical; e Hélio Guara, vocalista, fundador da Hellmotz, banda de thrash groove.
Texto: Sílvio de Andrade
Fotos: Marithê do Céu e Tiago Costa