Campo Grande (MS) – “Passo sabará” em quatro direções, “sabará frente e trás” (em diversas direções), passo “embolada”, passo “rabiscadinha”. A oficina de Passinho, que foi oferecida na tarde desta terça-feira (30 de novembro de 2021), no Centro Cultural José Octávio Guizzo, durante o Festival Campão Cultural – 1º Festival de Arte, Diversidade e Cidadania, ensinou os passos que são a base desta arte, o “passinho”, que veio direto do Rio de Janeiro para animar os campo-grandenses.
“O passinho nasceu nos bailes funk do Rio de Janeiro, é chamado assim porque é feito com os pés. O passinho sempre esteve no cotidiano do funk, e cada um tem o seu nome, cada lugar tem a sua forma de fazer passinho”, explicam os irmãos Leone Fabulloso e GN Fabulloso, e o amigo DG Fabulloso, que fazem parte do grupo “Os Fabullosos” de passinho. Os três vieram direto do Rio de Janeiro, de Queimados, na Baixada Fluminense, para ministrar a oficina no Campão Cultural.
Com uma extensa bagagem, o grupo existe desde 2012 e já participou de eventos como o Rock in Rio, a abertura das Paraolimpíadas no Rio de Janeiro em 2012 e já se apresentou também no exterior, como no Lincoln Center, nos Estados Unidos. “Para nós, gostar de dançar é algo bem cotidiano. A gente sempre se encontrava para dançar, e o grupo nasceu dessa amizade. O nome ‘Os Fabullosos’ veio da época de Orkut e MSN, que era um adjetivo muito usado nessa época, nas redes sociais”.
Para dançar o passinho, basta uma roupa bem à vontade, que não te prenda, com material dry fit, roupas de time, de preferência, roupas largas. O passinho dança-se descalço, para sentir o contato com o chão, o elemento bem raiz”, dizem os meninos.
O grupo participou da última edição do Festival América do Sul – Pantanal, em Corumbá, ministrando a oficina e agora repete a dose no Campão Cultural. O passinho é patrimônio cultural do Rio de Janeiro. A gente vai deixando sair, tem muito da dança afro no passinho. Queremos que o passinho se desenvolva aqui na cidade de Campo Grande. Estávamos aguardando um convite como esse, porque enriquece muito nosso trabalho e abre portas para divulgar o passinho para outras pessoas, outras possibilidades. Tem muita gente que está vindo hoje na oficina para pescar repertório para poder absorver no seu trabalho”.
É o caso do Vinícius Vicente, que dança no grupo House of Hands up MS, de vogue dance. O grupo do Vinícius se apresentou no Campão Cultural na última sexta-feira, dia 26, na rua 14 de Julho, e hoje o bailarino está participando da oficina para aprender novos passos. “Eu venho da cultura urbana, procuro aprender outras vertentes, ter outras vivências de dança no meu repertório que me ajudam a evoluir como artista. Nunca tinha feito uma aula de passinho porque aqui não temos essa vivência no nosso Estado. E os professores são muito acessíveis”.
O bailarino Irineu Júnior participa da Cia Dançurbana e decidiu fazer a Oficina de Passinho quando viu a programação do Festival Campão Cultural. “Eu sou das danças urbanas, contemporâneas e sempre que possível venho fazer aulas e oficinas para contribuir com meu trabalho. Tenho uma oficina de House Dance e busco aqui repertório corporal para me enriquecer como artista da dança. Eu já conhecia ‘Os Fabullosos’ por vídeo, eles são excepcionais, são referência de passinho no Rio de Janeiro. O que eles se propõem a fazer eles fazem com excelência”.
Hoje foi apenas o primeiro dia. Quem quiser participar desta experiência “Fabullosa” ainda dá tempo. A Oficina de Passinho com “Os Fabullosos” do Rio de Janeiro continua na quarta, quinta e sexta-feira, dias 1º, 02 e 03 de dezembro, sempre às 14 horas, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, durante o Festival Campão Cultural – 1º Festival de Arte, Diversidade e Cidadania. E como encerramento da oficina, os professores e alunos vão se apresentar no dia 4 de dezembro, sábado, às 10 horas, na Rua 14 de Julho com a Barão do Rio Branco. O grupo “Os Fabullosos” também se apresentam no mesmo dia, Sábado, às 18 horas, na Praça do Rádio, no Palco Tráfico de Informações, durante o Campão Cultural. Imperdível!
Texto: Karina Lima
Fotos: Daniel Reino