Formas, cores e linhas são elementos centrais da pintura, sendo essenciais para a criação de composições visuais que agradem (ou agridam) o olhar do observador. Seguindo uma proposta bastante contemporânea e popular, a oficina de Pintura Orgânica Minimalista, ministrada pela artista, designer e professora, Fran Zamora, ofereceu aos participantes a possibilidade de criar telas utilizando a técnica utilizando materiais como tintas acrílicas, pincéis, canetas e papel.
“É uma técnica bastante popular e contemporânea, ótima para quem está dando os primeiros passos na pintura artística. Com ela, a gente desenvolve princípios relacionados às cores e aos tons. O acabamento é feito com um desenho botânico”, explica a ministrante. Os primeiros momentos da oficina foram dedicados ao trabalho com técnicas envolvendo tintas para atingir os tons que seriam utilizados posteriormente na obra final de cada participante.
Partindo de princípios teóricos, Fran demonstrou na prática como é possível obter cores a partir de misturas entre elas, assim como é possível controlar os tons a partir da adição de branco, preto ou mesmo cinza. Quando os alunos entenderam como atingir tons pastéis, a professora partiu para a próxima etapa: a exploração espacial do papel com o uso de formas orgânicas. “Os alunos aprendem a manusear o pincel enquanto entendem como trabalhar as tonalidades e também passam a usar a intuição para obter aquilo que desejam colocar no papel”, pontua.
Em cerca de quatro horas, os participantes fazem o percurso que os leva da folha em branco ao trabalho finalizado. Para a analista financeira Kelly Keina, 23 anos, a oficina foi uma oportunidade de explorar um universo diferente. “Estou procurando coisas pelas quais eu possa me interessar. Eu não tenho experiência com pintura, mas estou conseguindo criar. Isso me anima”, explica a jovem.
Beatriz Medeiros, 16 anos, por outro lado, já teve experiências com a arte e sempre se interessou pelo universo artístico. “Durante a pandemia, eu passava o dia inteiro pintando dentro de casa”, conta. No entanto, por conta do trabalho, ela se afastou da pintura. “Quando vi que haveria essa oficina, me interessei. É muito bom voltar”, comenta. Apesar de já ter algumas referências sobre a pintura orgânica minimalista, ela nunca havia praticado. “Estou descobrindo”.
Mesmo quem já tem atuação profissional na arte, como é o caso da artista plástica e professora Camila Kipper, a oficina é um momento a ser aproveitado. “O artista tem uma vida muito solitária dentro do ateliê, isso me motiva a interagir, prestigiar e trocar quando possível ”, explica. Por ser professora, aprender uma nova técnica abre caminhos para tornar as aulas ainda mais interessantes.
Thiago Andrade
Fotos: Muriel Xavier